16 abril 2006

amanhecer

por que se queixa
enquanto correm as lagrimas nos seus pés
nos seus calos
na sua face
nos seus lábios vermelhos
nos seus cabelos?

por que a desolação te consome?
por que as mentiras te interrompem?
onde está o seu vigor?


ah! qual o seu consolo?
me diz qual é a diferença
entre a noite e o amanhecer?

embora o tenahm deixado,
as marcas das suas histórias
os lutos
os estupros
não podem ser esquecidos por ninguém

as fontes que jorravam parecem secas
e até as igrejas parecem sepulcros
vejo a verdade se calando muitas vezes

ah! mas persistem a esperança e o amor
eis a diferença do amanhecer
a misericórdia se renova

14 abril 2006

lucidez

o céu se dissipa calmamente em meio às confusões mentais
acabo de perceber a minha mania de interpretações

fixei os meus olhares nas suas afirmativas
sem deixar que você se assustasse comigo
falei um monte de coisas desconexas
assim a duvida pairava ao seu lado
e a ambigüidade fluía perceptivelmente de mim
AH!
essa falta de qualquer coisa me faz perder o foco

muitas vezes eu queria não ser tão desentendida
eu não deveria agir com tanta ingenuidade
não condiz com a minha cara
sou uma estranha mesmo

meus olhos castanhos acompanhavam sua voz tremula
minha pele parda expunha um olhar tímido
desnudo e verdadeiramente triste
sua timidez me constrangeu a ouvir em quietude
seus silêncios fizeram minhas pernas se sentirem fracas

de alguma forma eu sempre sou assim:
um pouco fraca e um pouco confusa

onde estão os preceitos que eu outrora aprendi?
por que não se encontram tão evidentes?

.

se chorei? mas, pelo menos fui sincera.