27 dezembro 2012

Semana #03

Sou um vendaval de flores
Meu sentimento brota e se abre pra vida
Tenho a firmeza de um pêssego 
E a simplicidade de um abacaxi

19 dezembro 2012

Semana #02


De tanto colo coloriu
De tanto riso, gargalhada!
A noite é um diamante
O dia, uma feijoada...

18 dezembro 2012

Do amor



Quero a sabedoria das gaivotas voando
Sempre juntas no mesmo caminho
Quero um voo passarinho

Quero a surpresa de um convite
Você me viu, assim, menina
Homem, pai e mãe, mulher...
Como ver um belo sorriso,
Como uma boa notícia!

A sopa feita por outras mãos tem o cheiro do seu cuidado
Como quando está nublado
E sol aparece

Você só veio aqui me abraçar
E isso mudou o meu dia
Quero lhe contar uma história
Mas primeiro vou reinventar o seu nome


*texto produzido a 8 mãos, duas de cada ser pensante: eu, Guilherme, Pedro e Lílian.

12 dezembro 2012

Experiência completa




Saí pra ver o dia, choveu.
Tropiquei num buraco,
Espirrei numa poça,
Pisei num chiclete,
Era só o que me faltava!

Semana #01


Pacotinhos de gente
Desfilando pela avenida
Uns em reencontro
Outros em despedida


04 julho 2012

Sorriso lunar

Foi só eu que vi ou tinha uma lua no seu riso?
E todo meu sentimento se foi na cachoeira
A pedra que ficou sem dó
Brilhou em sol maior
Ai de mim, silenciada
Vi na sua boca aquela constelação
Não resisti. Sorri de volta

02 maio 2012

Poema sonhador


Escrevo como quem sonha
Tenho mãos e pés
E um coração repartido no mundo

Canto como quem sonha
Tenho voz e dedos
E um coração repartido no mundo

O mundo me olha e sou tão pequena
Eu olho o mundo e tudo faz um sentido imenso

21 abril 2012

Homem Minas

"O mundo vasto, com tantas pessoas, pés e
chinelos com detalhes azuis,
 tem um homem que em seu coração busca sossego."
Ele levanta primeiro, põe água pra esquentar na chaleira e sai. Minutos depois a cama esfria pela sua ausência, fica desconfortável. Ele caminha de chinelo sem tocar os pés na terra, vê o dia, toca o coração naquele lugar. O dia olha pra ele também, mas sem tocá-lo porque há uma borracha entre ele a terra, seu chinelo de detalhes azuis.

O homem de chinelo com detalhes azuis que deixou a chaleira no fogo e agora vê o dia, é visto de volta. Inteireza. Respiração. Tudo está em seu devido lugar, nada se toca, nem mesmo o pé na terra por causa da borracha do chinelo. Minto. O coração dele toca profundamente. O coração aquecido junto com a água na chaleira, deixado por ele por ter levantado primeiro, toca naquele lugar.
A vida é tão pequena e tão grandiosa num só momento. O coração toca mesmo tendo os pés separados da terra por um chinelo. Aquele homem não diz nada. Nem mesmo faz barulho, ele caminha sem fazer o mínimo barulho. É um dia qualquer, e como sempre ele levantou primeiro.
Antes que o silencio seja quebrado pelo pio da chaleira ele cerra o fogo. Agora sim. Som. Som da água coando o café. Cheiro. O homem calado, que deixou desconfortável e fria a cama por ter levantado e calçado chinelos com detalhes azuis, espera a água quente coar um punhado de café. Dentro de casa o dia não olha mais para ele senão pela frestinha da porta. Seu coração toca naquele momento uma canção antiga “sossegai, sossegai”.  Ele não diz nada. O grito é no silencio. Enquanto ele espera o punhado de café ser coado, enquanto não faz nem um pio sequer mesmo tendo levantado primeiro e colocado chinelos com solas de borracha, enquanto ele toca seu coração naquele lugar, o homem relembra o seu lugar no mundo.

O mundo vasto, com tantas pessoas, pés e chinelos com detalhes azuis, tem um homem que em seu coração busca sossego. O mundo agitado e barulhento tem um homem, que como sempre levanta primeiro e põe água pra esquentar sem acrescentar um pio. O mundo real e cheio de significados tem um homem que toca seu coração naquele lugar. Enquanto a água quente côa um punhado de café, no  mesmo mundo um homem que deixou a cama fria e desconfortável agora se vê e com a sua alma conversa lembrando uma canção antiga.

Nada está fora do lugar. Nem mesmo o menor detalhe. Tudo está como sempre. Silencio respiração, e um coração que toca naquele lugar e canta uma canção que diz “sossegai”.

18 abril 2012

Acordar


Acorda que já é ocasião
Se de dormir a hora fosse, os olhos fechados
Estariam sem questionar

Acorda que o dia está derretendo
As nuvens já declaram: azul
Decidiram nem sair pra confirmar

Para acordar é preciso abrir os olhos
É preciso tomar banho, é preciso amar
Viver é feito de acordes
Se acordar se fizer com os sentimentos 
Ainda que durma viverá

É cedo pra filosofias
Mas não pro despertador
Se de dentro viver fosse, seria só sonho
E o despertar seria ilusão
Seria só sonho e bobagens..

16 abril 2012

Meu coração repartido no mundo










 














Escrevi meus versos em pedacinhos de papel;
Dobrei, fiz origamis, coloquei no meu chapéu.

Escolhi um lugarzinho bem no centro da cidade;
Distribuí meu coração nesses versinhos sem maldade.

Esperei, sentei num canto, pra ver o que aconteceria;
Repensei, ressabiada, observando a romaria.

Os papeizinhos passearam de mão em mão por toda gente;
Meu coração repartido no mundo, feito no solo uma semente.

Será que vai nascer? Será que tem beleza?
Do que eu já percebi, não dá pra ter certeza.

Voltei pra casa triste, sem saber no que pensar;
Fiquei toda encolhidinha que nem semente sem brotar.

20 março 2012

Conciso


Coube tudo em duas linhas  
A primeira tinha o conteúdo principal 
A segunda era só a outra metade

08 março 2012

O que mais importa



















Acordei com um dengo bom
Cheiro de café, cama macia..
Um par de chinelos,

Depois, vitrola, pão, escovar os dentes, chaves, trajeto, trabalho..

Deixei tanto de mim num bilhetinho agora pouco
Pense! Um bilhetinho! Como pode?

La vie est vraiment grand!
 Ah! vida é mesmo grandiosa 
Sempre se valendo das pequenas coisas..

02 janeiro 2012

Vou..




















Nessa estrada, curvas tantas
Como ondas tais,
Vou até onde o vento vai...

Corre longo pensamento
Sentimentos raros minerais
Vou até onde o vento vai...

E do lado de lá quem vê?
Quem saberá?

A gente dobra a esquina,
Pede esquecimento da dor 
Que vivemos sem perceber.
E o coração na ponta de um galho de ipê
Entra e sai, florece enfim
No pensamento vai até onde o vento vai

Deixa um lugar pra mim no seu peito,
Deixa um lugar pra eu ficar
Deixa um lugar

Vento leve brisa leva
A manhã de estrada e muito mais
Vou até onde o vento vai

Nas curvas os sonhos se vão
Esperança até onde o vento vai
Até onde o vento vai